sábado, 25 de abril de 2009

no comments (parte 2)






















" Acredita-se que Segesta foi fundada pelos Elimi, um dos povos que os gregos encontraram à chegada à Sicília, mas que se aplicaram tanto na assimilação da cultura grega que é quase impossível distinguir as obras que deixaram para a posteridade dos originais que lhes serviram de inspiração.
O templo dórico terá começado a ser construído em 403 a.C. mas nunca acabado, uma vez que carece de cella, a parte mais sagrada dos santuários gregos, e também não se sabe a que divindade era dedicado.
Em compensação, conserva intactas as 36 colunas do peristilo, um primor de delicadeza, que milagrosamente se mantém de pé depois de 2500 anos de invasões e tremores de terra."

texto de Luís Maio,
in "Fugas" suplemento de sábado do Público de 9 de Maio de 2009







Viva! - Sam the Kid

119 comentários:

ze disse...

Pois é!

O Sam tem que viver e por isso não deixa gamar mais do que trinta segundos da cena.

Mas vale bem a pena ir o imeem ouvir os quatro minutos e tal.
Completos.

ze disse...

e eu que não consigo tirar nada do imeem com mais de 30 segundos!
Será que excedi algum limite, por ter para ai tanta coisa no posts?

Arábica disse...

!! Afinal já conhecia a música do Sam! Não esta, mas por exemplo a do lado.

E a sociedade confusa.




Não, deve mesmo ser opção dele.
Ontem, com a primeira versão do Hasta Sempre, aconteceu-me o mesmo.

Boa noite, beijinhos!

ze disse...

estou cá desconfiado que desta vez não tens razão!
Já tentei muitas, sabes?!
Há qquer coisa diferente aqui.
Também já me tinha acontecido uma vez com uma música dos Talking Heads que queria muito pôr e desisti por causa disso.
Mas desta vez ESTA musica é tão adequada a tudo que sinto que acho que fica mesmo assim. Incomplecta!
Se mais ninguém perceber, percebo eu, oque já por si justifica que ela fique.



beijinhos,

e (antecipadamente) o desejo de um bom 26 de abril de 2009, que é muito mais importante do que o defunto dia de hoje.

ze disse...

Cheira-me que
amanhã vou ter que andar a apagar músicas se quiser poder ouvir uma única completa.

:(

Vivian disse...

...deleta o blog e começa
tudo de novo...

"começar de novo,
e contar contigo.
vai valer a pena
ter amanhecido.
ter virado a mesa,
ter lhe conhecido.

começar de novooo!!"

bj, lindeza luzitana...rss

ze disse...

txi amo minha mestra,
linda,
pura,
honesta,

você nem sabe como fiquei amando tanto o brazil,
só por causa de sua sensibilidade,
sentido de oportunidade (SEMPRE, É incrível!)e
inteligência!!!

e (espero) que muita bondade,
como sempre lhe vi!

beijos de admiração!!!

Arábica disse...

Pois eu também não consigo ter mais que 30 segundos.

:(

ze disse...

queres dizer que isso te acontece em qualquer música, no teu blogue?

terá sido mudança de politica do immmem relacionada com direitos de autor?

Arábica disse...

Só consigo ter em tempo integral músicas das quais fiz o upload.

Amanhã, se tiver tempo, experimento fazer o upload de uma música do novo cd de jp simões, para ver o resultdo.

Não sei a que se deve.

No post anterior há temas que lançaste e não dei seguimento, por manifesta falta de tempo.

Sorry.


Começar de novo, diz a Vivi :)

Arábica disse...

Confirma-se, os uploads funcionam.

Por um lado, "ao menos isso" por outro, o desencanto, a frustração de não poder trazer o "novo" a "descoberta".

De não poder associar no estado de espirito alcançado, a palavra à música.


30 segundos igual a exacerbado minimalismo.

:(

Arábica disse...

:( só permite a versão integral a quem faz o upload, mas "corta" aos outros (no doses, ouço-a toda) o que vem de todo quebrar o espirito de partilha.

Arábica disse...

E só amanhã a poderás ouvir no imeem, julgo que demora 24 horas para assumir.

Agora convinha-me aprender a deletar músicas de que fiz o upload. Sabes?

ze disse...

Arábica,
começando pelo fim,
eu ainda não me dei ao trabalho de tentar fazer uploads e como tal não os sei fazer.
Mas imagino que deletar (destruir) é por principio sempre mais fácil que construir, não é?

ze disse...

Estive a ler o link relativo ao filme que me falaste e curiosamente ficou-me uma estranha sensação de que teria sido uma óptima ilustração de várias ideias que te tenho tentado transmitir nestes últimos dias.
Sobre o Che :
“ou se os ideais justificam todas as acções”
Sobre a liberdade:
“onde as liberdades conquistadas infringem outras liberdades, mais essenciais, mas que estranhamente estão ainda por conquistar”
....

as minhas referencias de ontem neste blogue, reflectiam a minha percepção das nossas empatias,
difícil de aprender e ensinar é nos casos em que as pessoas não conseguem comunicar, por razões várias, muitas delas por incapacidade de respeito pelo outro (com outra cultura, outra idade, outra vida, outros intersses,...)

Arábica disse...

continuando pelo fim, à tua pergunta, respondo que depende do que as pessoas se propoem a fazer, do trabalho a que se dão.
O fim, para mim, é um limbo, um fio ténue numa qualquer realidade paralela, talvez justificado pelo nada morre, tudo se transforma.
Pegando num exemplo corriqueiro, o jornal de ontem. Lido, poderá acabar no lixo. O que dele se retirou, contudo, segue o seu caminho isolado da matéria fisica do papel que tiveste entre os dedos. Ou mesmo essa matéria possa ser reciclada numa qualquer pasta de papel. Ou num painel. Sei lá, acredito, quase vislumbro, um movimento contínuo de acções em cadeia, sem fim à vista.

Olhando para trás, na minha vida, nada deletei, destruí; sei hoje que embora transformadas e completamente independentes da matéria inicial, são parte de mim e do meu ser, em contante mutação.


Por isso, não, não é.

Arábica disse...

E agora vou para a cozinha.

Que eu não nasci para ser filósofa, mas mãe e filha de familia.

Não tenho verdades novas, não sou doutrinada em coisa nenhuma e ainda para mais, uso uma linguagem infantil :)


Beijinhos

Arábica disse...

Bem que me parecia que esse filme aqui fazia sentido.

Vi-o ainda há poucos meses na 2 e depois disso, repetiram a emissão na 1, assim tipo a meio da noite.

Vou-me.


Até logo.

ze disse...

Entretanto visitei um blogue de um amigo e constatei que ele conseguiu ontem publicar uma música do immem. Completa.
O futuro se encarregará de esclarecer o que mudou, se é permanente ou transitório.

De qualquer forma habituei-me a ler as intuições da Vivian com a maior das atenções.
Acredito muito (fé?) no que ela diz, especialmente quando me é dirigido.

Talvez chegue de música no blogue, talvez chegue de blogue, quer venha outro a caminha ou não.
Terei de encontrar o sentido disso.

“Começar de novo...” sim,
mas vamos ver “como”.

ze disse...

Claro que a transformação é continua,
Tudo o que já foi não é (igual),
E a imprevisibilidade do instante seguinte deve ser encarada com a responsabilidade que temos na sua definição.

Eu também sofro desse complexo de não saber dizer nada que já não tenha sido dito, o que é uma verdade absoluta,
No entanto imagina como é que eu posso encarar a minha profissão (arquitecto) se acreditar nisso de uma forma estrita!
Suicido-me profissional e criativamente?
Não há razões para isso, acredita.
Porque tal como o que dizemos (seja encarado como filosofia, como matemática ou como astrofísica, pouco me importa) há sempre um contexto diferente do que já foi dito, por mais subtil que seja.

Se vais cozinhar deves sabe-lo bem.
(o diferente (novo, irrepetível) entre “iguais”)

Beijinhos e bons cozinhados!

Arábica disse...

Zé,

cozinhar à segunda feira é fomentar o encontro entre passado, presente e futuro, mais do que o acto em si. É manter viva e próxima a comunicaçao, para que vivências e sentimentos se possam fundir e recriar em si mesmos.

Embora o forno pregue partidas.
Embora uns não gostem "disto" e outros nem possam provar "daquilo".


O começar de novo é urgente.
Mereces mais do que ficar a olhar.
E esta "máxima" é valida para qualquer um que esteja ainda -realmente- vivo.
Ficar a olhar é desistir ou, na perspectiva mais positiva, o espaço/tempo de reflexão que antecede uma acção importante.


Com ou sem blogue.


:)

ze disse...

Arábica,

Gostei de conhecer esse tua versão do significado de “cozinhar à segunda feira”.
(:

“começar de novo” sempre,
conservando com carinho o que vale a pena manter,
mas sem medo de excluir o que por alguma razão é preciso deixar para trás.
É esse processo continuo de renovação das sínteses que assegura que tudo é novo.

Quanto à música convêm deixar aqui a minha interpretação e as razões pelas quais a escolhi no sábado passado.
Inicialmente a minha ideia era publicar Carlos Paredes, mas após ouvir os “verdes anos”, puz-me a ouvir esta que estava no grupo das “músicas associadas”, provavelmente porque o seu subtítulo é “tributo a carlos paredes”.

O facto de pouco tempo atrás ter usado o exemplo do Sam para ilustrar segmentos da nossa sociedade actual, em boa parte marginalizados por não terem “partido” sólido no status- quo cultural pós 25 de abril.
Sem padrinhos nem amigos daqueles que batizam e encaminham.
Personalidades no entanto com vida, anseios, ideias e ideais ainda que não “encaixam” nos tais padrões solidificados, estanques.
A sociedade portuguesa não é uma sociedade de mérito, mas de amigos.
E aqui está ele,
para uns a fazer música desconstruindo e misturando fragmentos de culturas e de músicas, cozinhando sínteses novas, forçando elos de encontro ao anteriormente desconhecido.
O que para mim é a essencia do novo, além de se enquadrar muito bem em todos os meus posts anteriores sobre urbanidades presentes e futuras (Escarafunchar o futuro).

ze disse...

Além da música, há ainda a letra não audível na integra em função da tal limitação a 30 segundos, imposta pelo immem.
Fica por isso aqui a transcrição da outra voz que não se ouve no resumo de 30 segundos, mas que inicia e encerra a música:

“seria necessário voltar a repicar esses discos, como doutros, para poder avaliar coisas que talvez nos esclarecessem e nos abrissem
novos caminhos, novos caminhos, caminhos mais actuais, uma orientação nova...”

e isso é também o que eu penso em 25 de abril de 2009, mas também a 28.

E é algo que (eu) penso ser necessário dizer (cantar) à nossa sociedade das comemorações, dos partidos, dos amigos.
No geral, muito bem apoiada nas redes de solidariedade que a fidelidade a cada grupo trás, indecentemente do mérito, do talento, do valor.
Pior é para quem anda sozinho, canta sozinho e vê e pensa pelos seus olhos e não pelos dos outros que lhes oferecem pão em troca de bom comportamento.
Juizo?!

Arábica disse...

Bom, é a minha quarta tentativa aqui, de dar continudade.
Ando com problemas na net: redigir e-mails é uma imnsidão de tempo e os comentários também têm levado sumiço. Perdem-se.

Consegui por uma música cujo upload nao foi meu e que consigo ouvir totalmente. Conseguirás tu também? "La mér" (para ouvires terás que clicar).

ze disse...

A música consegui ouvir, já lá o escrevi também.
Quanto aos comentários perdidos, aconselho-te a fazer cópias de segurança em páginas de word.
É o que faço quase sempre, mesmo com "meros" comentários, porque às vezes isso também me acontece temporariamente.
Penso que se deve a excesso de tráfego, mas não tenho a certeza.

Arábica disse...

E aqui vai o comentário perdido.

(pelo menos numa tentativa de reconstitução de plavras, porque as ideias, essas, felizmente, não levam sumiço...)

“onde as liberdades conquistadas infringem outras liberdades, mais essenciais, mas que estranhamente estão ainda por conquistar”


Permitirá a sociedade na sua vertiginosa febre de evolução transmitido pelo poder económico, na realização e preparação das grandes potências, nas "tão bem" disciplinadas estruturas organizacionais, ao homem comum interrogar-se sobre o papel da liberdade na sua vida?

Não será a liberdade individual (intelecual, psicológica, financeira) essa coisa subversiva que pode por a marcha da sociedade em risco?

Ao dar-lhes o sonho de um carro com muitos cavalos, um plasma com uma admirável definição de imagem, etc, etc, não estará -manipulando-os- a escravizá-los à submissão a essa mesma sociedade?

Atenção: não tenho nada contra os plasmas. Quando esta m/tv finar, também comprarei um. Nem contra os carros. Até curto jeeps. Interrogo-me muitas vezes na dúvida constante se possuí-los será mais importante que sermos donos da nossa vida, do nosso tempo, da nossa paz.

A liberdade pressupõe responsabiidade, a responsabildade de ponderarmos nas escolhas.


Permitirá a sociedade de que fazemos parte essa escolha?

Ou nos últimos 20 anos fomos todos educados no haver e no ter?

Arábica disse...

...conhecendo eu o Sam, a música do Sam, eu percebi que te referias às minorias e que estava de acordo com todas as ideias lançadas por ti.

Fazendo tu parte -circunstancialmente- de uma minoria, estive para te perguntar se a inquietação social actual teria nascido dessa cirunstância, ou se sempre fora uma constante na tua vida. Só porque gosto de perceber percursos, de perceber os factos que levam a uma consciência tão vasta e tão acertada.

Não acredito em mudanças radicais nos percursos individuais de cada um, a mudança requer muitas reflexões, muitas horas "perdidas" a pensar, requer muitas perdas e muitos tombos.

Requer também muita consciência e coragem para aceitar a verdade dos factos.

E coragem para trilhar um caminho, marginal ao da maioria.

ze disse...

Não tenho esse "complexo" de vergonha de ter.
Há muita coisa boa que o dinheiro compra.
Além de que também é mais fácil ser generoso, o que também é bom, não só para nós como para os outros.
E no entanto só se pode tirar partido delas se outras, as básicas estiverem razoávelmente satisfeitas.
Tudo muito óbvio.

Aquilo que está em declínio é a ética, e isto não tem nada de pró nem contra religião.
Mas com ou sem ela é preciso ética.
E como já disseste anteriormente a propósito da "coca-cola", terá sido culpa da importação (descontextualizada) do "american dream".
Realmente nos States há a monocultura do dinheiro.
O preço, o que se ganha é essencial a tudo, e talvez por isso se legitima qualquer coisa desde que seja bem pago.
Mas o "american dream" não tem só coisa más, também há as genuínas e as autenticas de qualquer um poder vencer mesmo que tenha nascido na valeta.
Lá é possivel, cá (europa) não.
E essa mudança boa também terá sido importada no pós abril do "american dream"

É um assunto complexo difícil de escarafunchar num comentário, talvez inspire novo post.

Arábica disse...

Não tenho tão pouco esse complexo, nem nada contra os que muito possuem e muito fazem com esse dinheiro.

Falava antes da escravidão do ter.

ze disse...

Respondendo agora ao teu comentário publicado às 15:01,

- Não acho que tenhas percebido o exemplo do “Sam”, porque não o estava a inserir em nenhuma minoria, nem em qualquer outro grupo, mas antes pelo contrário na “individualidade”.
As minorias tal como qualquer grupo (que dê votos) têm sempre candidatos a protectores, dos emigrantes, aos idosos, aos ex- combatentes de guerra,....
Agora ele nem recenseado é, pouco interessa.
É de raça branca, se bem que para ele e para a cultura dele isso é perfeitamente indiferente. É o maior lá do bairro dele (chelas).

De qualquer forma não me parece que seja preciso voltar a escrever, o que já escrevi hoje mesmo, para explicar as várias razões pelas quais achei o exemplo dele e da música dele adequados ao lembrete que os tempos mudaram, são outros, e por isso carecem de “novos caminhos, uma orientação nova” ainda que seja possível que a resposta esteja “nos discos antigos” (anos 60?) na sua pureza não contaminada pelo oportunismo posterior, que na sua essência não mudou ainda o que precisava de ser mudado.
Já deves ter reparado que quando se tratando de "Icones" que eu considero genuínos e puros como o Zé Mario Branco e o Zeca Afonso, eu não me revelo irónico.

(cont)

Arábica disse...

Obrgada por teres ido experimentar a música :)

O que significa um (: ?

é o mesmo que :) ?

ou o inverso?

Arábica disse...

Desculpa...deve ter a ver com conceitos, mas porque é que o Sam não há-de constituir com outros, que eu sei que existem, uma minoria? Não têm padrihos, não têm quem meta uma cunha por eles, não tem doutrina e procuram numa sociedade confusa uma solução de vida que teima em ser descoberta.

Não teem raízes no passado e não desistem do futuro,embora o presente seja incoerente.

Não é só o Sam.
Não é uma questão racial.
Porque não os posso ver inseridos num grupo, numa minoria?

ze disse...

Ainda não terminei a ultima resposta, mas vou fazer então um intervalo.

Se fosse um número era um simétrico,
mas sendo um símbolo não matemático é uma rotação de 180 graus da mesma imagem.
Nunca te aconteceu ficar sem uma tecla do teclado?
Seria justo eu fiar proibido de fazer um smile, se me falhasse a tecla 9?
No meu caso é (ligeiramente) diferente a razão.
Como escrevo em word primeiro e só depois faço "copy/paste", o :) é-me imediatamente transformado nu bonequinho que depois não tem tradução na passagem para a caixa de comentários.
Como tal, umas vezes uso o :--), que depois não me posso esquecer de retirar o -- para não parecer um nariz mentiroso, ou então uso o (:
Tá explicado.

ze disse...

Simétricos são entidades que relacionadas por uma determinada operação (adição), resultam em "nude", nulo, zero.
Inversos são entidades que relacionadas por outra determinada operação (multiplicação), resultam em um, unidade, completo.
A relação que te falei anteriormente com complementariedade seria mais adequado citar a palavra "inverso".

ze disse...

Eu inverteria a pergunta?

Não será a tua estrutura mental que está demasiado “perra”, obrigada a ver as coisas por classificações de minorias e maiorias,
Para as compreender, para fazerem sentido.
Se num universo de 10 milhões, uma pessoa é uma minoria?
Suponho que sim,
Mas será essa a abordagem correcta à sua compreensão?
Como indivíduo.

Por ouro lado, se quiseres procurar constantes dele com outros baseado em características do género das que citaste, não será antes ele parte de uma imensa Maioria?

(Mais) estatísticas recentes :

77 por cento dos portugueses não se revêm em nenhum partido
71 por cento dos portugueses preferem que não se criem mais partidos (para mau já chega o que há)

minoria?
Ou Maioria?

e porque achas a sociedade "confusa",
é por ser complexa?
não serão antes as habituais e culturais dictomias, (mau-bom; esquerda-direita; nós- os outros) que nos (vos) andaram a iludir de que as sociedades são simples e não complexas?

Arábica disse...

Zé,

eu reparei que nunca foste irónico com o JMB e com José Afonso. Pelo contrário.

Mas confesso que me irritei um pouco com o teu comentário no post da "referência mal escolhida".

Porque parecia que não tinhas lido a rapariga com 15 anos . Porque parecia que não tinhas percebido a etiqueta, porque parecia que me acusavas de não respeitar a vida humana, porque parecia que uma música de que eu gosto muito e uma simples fotografia, tirada em Faro, dias antes, comprometiam e punham em causa uma qualquer missão. Porque às vezes exiges muito de mim.
:)


No meu blogue anterior, foi sempre José Afonso a referência por excelência, em datas como o 25 de Abril e o 1º de Maio.

Ainda continua a ser neste, independentemente das datas.

ze disse...

Nada de pessoal contigo, de quem gosto muito, mas de pessoal com o "che" que não gosto nada, não sei se por conhecer de mais sepor conhecer de menos,
só sei do que conheço, não gosto, e como já era a segunda vez que veio ao assunto, resolvi naquela altura dizê-lo, para o bem e para o mal.
Não sendo pessoal (contigo) não sei se se adequa um pedido de desculpas, mas como não custa fazê-lo, aqui fica registado.

Também não gosto nada do Otelo, e se lhe dedicares um post prometo já que não comento!
:)

Ainda falta responder-te à parte mais pessoal das perguntas que me fizeste,
o que é um assunto delicado, mas que não me escusarei a fazer,
apesar de poder ter que esperar (ou não) algum tempo até perceber a melhor forma de o fazer.

ze disse...

Passando então à parte pessoal,

Entrei nos blogues, sem nenhuma experiência desta ou de outra rede social virtual,
(mas tudo isso já está por aqui escrito)
com a intuição de adoptar as mesmas estratégias que adopto nas outras redes sociais físicas.
Em relação a eventuais “cusquices” como lhes chamaste, a atitude inicial foi pois a mesma do costume, de desafiá-las, mostrar tudo e não esconder nada.
Com especial cuidado de o fazer em relação ao que possa ser depreciado, mal aceite ou considerado defeito.
De certa forma isso costuma refriar-lhes os ímpetos da curiosidade.

Logo de inicio, primeiro, segundo e ultimo nome, cidade, idade, moradas anteriores e actual, fotografia de rosto inteiro (que depois substitui) e por aí adiante.
Mas, a verdade é que não faço grande ideia de quem lê (ou virá a ler) o que escrevo.
Nesse sentido ao responder-te não devo esquecer que o que diga não pode ser contextualizado apenas pelo que conheço de ti e das outras pessoas que por aqui comentam.

(cont)

Arábica disse...

Obrigada,Zé. :)


Perra.
É o (termo) mais certo.

Já tentei analisar esses 77%. O que os teria levado a esse número elevado. Mas não são certamente uma massa homogenea.
Talvez apenas na desilusão do aparelho de estado (e sobre este assunto ainda estou mais perra)

Vou sair para comprar cigarros e mais tarde volto.

:)

Arábica disse...

É mesmo comprar cigarros.

:)

ze disse...

(não esquecendo esse contexto)

As minhas origens socio- culturais nunca se poderão considerar de nenhuma “minoria” desprotegida.
Ambos os meus pais tiraram cursos superiores numa época (anos 50) em que isso estava como sabes reservado a elites.
No entanto, a minha formação na juventude (11 aos vinte e tal) foi muito dolorosa e difícil por razões relacionados com dificuldades na e da esfera familiar próxima, o que inevitavelmente terá marcado a minha personalidade e forma de ver as coisas.
Além disso, e nem sei muito bem porquê, tomei conscientemente algumas decisões que me afastaram dos aspectos de segurança e conforto de vida.
Mas foram opções e não azares, pelo que nem me posso queixar a não ser de mim próprio.
De resto “o pôr-me no lugar dos outros” é uma capacidade que fiz por desenvolver, de cada vez que me apercebi da sua importância à comunicação e desta à minha realização comigo e com os outros.
Um primo meu (e respectiva família) que organiza regularmente umas patuscadas- tertúlias, alcunhou-me desde tenra idade de “zé do contra”, ao qual eu desagradado sempre fui respondendo que “ se ouvir alguém a descrever um cinzento como sendo branco, a minha forma de lhe fazer ver os aspectos mais escuros dessa côr, será sempre melhor chamar-lhe de preto, mesmo sabendo que é cinzento”.
É quase um estilo (de comunicação), com “nuances” de exagero e de “metáfora”.
Hoje em dia, contenho-me (muito) mais.
Sobretudo para me proteger.
E sobreviver.

(espero ter satisfeito a tua curiosidade)

ze disse...

o ir comprar cigarros, nesse sentido também é mau!
quer dizer que já passaste da dose diária dos 20.

ze disse...

Curiosamente também tenho que sair com o mesmo objectivo,

sobre os 77, a próxima revolução é a de despartidarizar o poder, a opinião, a politica.

tirar-lhes poder...

depois será mais fácil o resto,

porque enquanto só eles tiverem poder até para falar, a culpa nunca vai ser deles mas dos que gostam mais de praia do que participar nas decisões.
eu não acredito nisso.

cortar-lhes a mesada, a todos!
e quero tempo de antena para o voto em branco, para depois ver se a abstenção continua a subir!

Arábica disse...

Começando pelos cigarros.
Não ultrapassei hoje.
Ultrapassei de todo,na noite de 24 para 25 de Abril, quando me deu ganas de estar à meia noite, num bar, a cantar Zeca Afonso.
Fiz a vontade às ganas, cantei muito, fumei muito e embora tivesse idealizado beber uma cuba-libre, bebi apenas um café.
Na noite de sábado voltei a sair, voltei a fumar de mais e, portanto, desde domingo que ando a comprar cigarros ao fim da tarde.

:)

Arábica disse...

De resto, não estou de acordo contigo quanto ao retirar poder aos partidos.

Os partidos em si, não têm culpa da falta de ética dos seres que os compõem, das decisões tomadas, dos caminhos melhor ou pior traçados.

Os partidos têm um papel fundamental, na concepção e consolidação da democracia.

Posso assumir-me como desiludida.
Mas não da democracia.
Desiludi-me com os homens que fazem poltica!

É uma questão de responsabilização humana, não ideológica, entendes?

Arábica disse...

Contudo, perante o que escreves não posso deixar de me lembrar de duas personagens do livro, ainda ontem referenciado por mim, "o homem novo" de Luis Valente Rosa.

Tudo isso seria possível, mas numa sociedade ideal(izada), onde os homens há muito já se tivessem encontrado a si próprios e onde a sua essência de amor ganharia sempre na sua relaçao com os outros.

É um personagem que me encanta, sem dúvida, pelas suas grandes verdades e pela sua mensagem global de paz, amor, altruísmo, mas o homem novo para quem ele fala, não existe ainda.

Os homens novos demoram a ser acordados e a serem despertados.
Demoram a crescer dentro destes velhos homens perecíveis, senhores d mundo e arredores.

Arábica disse...

Sociedade confusa, cidadãos confusos e confundidos...(a complexidade actual)

Vou dar-te o exemplo de um primo meu, queixa-se imenso das metodologias de trabalho a que está submetido, queixa-se imenso da falta de ética e de classe demonstrada por alguns elementos dos quadros que gerem a empresa e quando eu, de forma empática, lhe digo ai coitado, estás feito! ele responde-me,mas pagam-me bem, pagam me bem para lá estar!

Faz-me confusão.


Faz-me confusão que casamentos onde não existe amor, nem cumplicidade, nem partilha, possam sobreviver por uma questão financeira, em pleno seculo xxi e quando ambos os elementos trabalham.

Fazem-me confusão todas as relações extra-conjugais, esporádicas, pontuais ou instituicionais.

Faz-me confusão o número de antidepressivos vendidos mundialmente.

Faz-me confusão a falta de pachorra das pessoas para pensarem em si mesmas com amor, com respeito, com dignidade.

Faz-me confusão a mentira obrigatória para alimentar, proteger os alibis.

Faz-me confusão a sede de poder, esse afrodisiaco potentissimo.

Vivo a maior parte do tempo, por isso, marginal a esta sociedade.
Por vezes a pensar nos porquês que levam tantas pessoas a viverem tristes, dependentes, sem rumo...

ze disse...

A pobreza dos políticos,
Por um lado tem a ver com os homens que a política atrai e pelos homens que a política repulsa.
Por outro tem a ver com as transformações que a política (tal como é cá), o poder, o mediatismo, o pseudo- sacrifício, geram no próprio homem, por puro e bem intencionado que seja à partida.
São ambientes que tal como os conhecemos, corrompem, viciam, promovem a obediência em troca do favor, em geral apelam ao pior da condição humana (que existe em cada um).
E o poder dos ambientes no crescimento, formação das pessoas é enorme.
Eu por mim, quero-me longe deles, dessa gente.
E no entanto,
eu como muitos (todos?) devemos poder manter os nossos direitos de expressão de opinião, e como tal,
exijo (exigimos?) canais para o poder fazer,
sem ser através dos partidos.

Desculpa lá, mas se somos 77 por cento, havemos de ter esse direito.
Mas quem manda na comunicação, na informação são eles, pelo que infelizmente não me espantam as tuas opiniões.
São fruto de muitos anos de “propaganda” de que quem quiser fazer política está limitado aqueles antros, onde quem quiser manter alguma dignidade será trucidado como carneiro é.

Quanto aos idealismos são óptimos para ter referencias onde pretendemos chegar,mas garanto-te este não é o caminho.
E há outras sociedades noutros países com outros índices de civilização, que me atraem mais do que servir de água mole à pátria dura.
Essa falta de capacidade/vontade de preservar recursos humanos com valor e valores (não só na ciência), continua a comprometer muito do futuro do país.

Arábica disse...

...correndo o risco de acreditarem num qualquer messias, que lhes prometa, poder, liberdade e riqueza.

...ou correndo o risco de nada fazerem para alterarem as suas vidas, virarem a mesa, tomarem eles as rédeas do seu percurso...

Estarei errada?

ze disse...

E repito:
(porque é importante)

Acreditar que a actividade de organização e expressão política passa exclusivamente pelos partidos ou outras entidades partidarizadas (há as com os mais criativos nomes, não são só os sindicatos!) é um ERRO,

E o tempo da mudança urge, é curto,
Não dá para mais ingenuidades ou centésimos benefícios da dúvida

Arábica disse...

Zé,

"E há outras sociedades noutros países com outros índices de civilização, que me atraem mais do que servir de água mole à pátria dura".

tu próprio o referes: com outros níveis de civilização.

Estará o nosso país, o nosso povo à altura (posso servir de exemplo?)

ze disse...

é a tal cultura da exigência ou falta dela de que já te falei.

Se a organização política-partidária é por si, na sua essência, corruptora de virtudes, a minha opinião de que se crie, ou deixe criar outros canais de organização e expressão política terá que ser considerada aceitável.
O argumento de que por essas e por outras, uns que fazem falta saem, e os que não fazem se tornam em verdadeiras "lapas", é motivo de preocupação!

ze disse...

O “mundo” que tu descreves não é o único,
Há outros diferentes desses “estereótipos”
Por vezes temos escolha.

No amor, nas relações conjugais, no casamento, hà escolha.
No trabalho depende dos casos, há muita gente que não pode escolher, já ter é uma sorte.
Na política, realmente não vejo razão para não haver alternativa, além de que o estado presente (monopólio)só interessa aos próprios partidos, Ó melhor, a quem vive neles e deles.

Arábica disse...

Outros canais de organização paralelos aos partidos?
Que tipo de organização teriam?
Quais os estatutos?

Arábica disse...

Eu sei que existem outros mundos e que depende das pessoas esolher.

Mas se nem nas suas vidas privadas escolhem ou fazem a melhor escolha, o que fariam nessas organizações?

E se não têm pachorra para si mesmos como teriam para ajudar n destino de um país?

ze disse...

Se já chegaste aí já estou satisfeito.
O primeiro passo às vezes é o mais difícil.

Respondendo às tuas ultimas duas perguntas:
-refundando a democracia,
como quem faz um blogue de novo
-Lembrando a experiencia dos erros do anterior para não os repetir
-Os estatutos como tudo (que não há nada) seria discutido em grupo, onde cada opinião ou voz valeria o mesmo que outra qualquer.
Até se gerar consenso

- Achas que as redes sociais não facilitam esse nascimento, se houver vontade?

ze disse...

Já estás a fazer muitas perguntas difíceis,

Deixa-me pensar,
amanhã respondo melhor,

Hoje durante a tarde foi-me crescendo uma sensação febril, de testa quente, falta de força e garganta inflamada.

Vou descansar um bocadinho,

Uma boa noite

Arábica disse...

Ai a gripe suína :)

Estimo as melhoras.



Até amanhã, boa noite.



Ps-tu próprio tens perguntas dificeis.

:)

Arábica disse...

Amanhã, só à noite poderei aqui vir ler-te e comentar-te.

Dia cheio de compromissos.

Arábica disse...

De passagem por casa,


dar voz aos que não têm voz.
Sendo 77% da populaçao, quem garantiria o consenso?
Não se correria o risco
de, os que hoje não têm voz,
continuarem emudecidos
dando poder a outros,
dos quais se desconhece
à partida, fundamentos e motivos?
Os partidos conhecem-se, diferenciam-se por doutrinas e ideologias.
Num grupo -independentemente da sua natureza juridica e da sua denominação- que pretende unir 77% da população, não se corre o risco de por exemplo, dar voz, dar poder, a sociopatas, psicopatas, oportunistas?

Mais uma coisa que me faz confusão, vês?


:)

Arábica disse...

e sobre,

- Achas que as redes sociais não facilitam esse nascimento, se houver vontade?


não sei.

Para integrar um grupo politico, é fundamental conhecer os percursos das pessoas, saber da sua idoneadade e o que as move, com a máxima transparência.

Fundar uma nova "democracia" não é deletar um blogue e criar outro, diga-se em abono da verdade e muito embora eu até ache graça a metáforas.

ze disse...

Arábica,

Não foi nem é minha ideia sugerir que falte alguém ou organização que dê voz a quem quer que seja, muito menos a maiorias.
Pelo contrário,
O que penso é que a real individualidade devia ter mais canais de expressão, sem ter que se resignar a aderir ou delegar a partidos (no caso da expressão, opinião política).

Na minha interpretação (pessoal, pois então!) esses 77 e 71 por cento, reflectem a tal “cultura não exigente” resignada a que a política é para os partidos.
E não é.
Todo o homem (masculino ou feminino) é um ser político.
Que não tem que estar forçosamente à parte das decisões a das opiniões.
E mesmo no caso dos que votam, a fazê-lo maioritáriamente apesar de muitas coisas más (ladroagem, ignorância, incompetência,...), apenas por que é a forma de se manifestar contra outros piores ainda.

Na nossa cultura sobra “sebastianismos”, “messianismos” e falta expressão da individualidade (que pressupõe direitos e responsabilidades).
Não foi só pela repressão que o “salazarismo” vingou e resistiu tanto tempo e a propósito disso lembro a sua famosa frase “se vocês soubessem como é difícil mandar queriam é obedecer”.
Essa cultura vinga e interessa aos partidos (pequenos e grandes), que vivem de dar voz aos que não a têm.
Mas porque é que não hão de ter?
Já não aprenderam (quase) todos a ler e a escrever?
Ainda precisam de caciques?
Dá menos trabalho, é certo; mas pensar que alguém diz por mim o que eu penso, o que eu quero, o que preciso, foi coisa que nunca me agradou!

Arábica disse...

Zé,

como tu sabes, saber o que se quer, ter onsiência civica, politica, não é tão linear como a alfabetização.

De que então ando eu a "falar"?
Revoluçao cultural pressupõe mais do que ler e escrever.
Grande parte da população não se debate om questões de fundo, não debate, não se interessa, não tem opinião, muitas das vezes.
Desconhece contornos, alternativas, desconhece orçamentos; muda de canal.

Eu sou a favor do despertar, da revolução cultural, que se criem infraesturas que permitam à população esse saber mais, que permite discernir, discutir.
Quantas mais infraestruturas existirem, mehor. Quanto mais a cultura sair à rua, melhor.

E tu sabes perfeitamente que há ainda muito a fazer neste campo.


E se me permites, que queres tu, que seja assim tão diferente, do que quer qualquer indíviduo?

Observando à minha volta, queremos quase todos o mesmo.

A diferença manifesta-se é no "como obter".

ze disse...

Neste caso,
Se te convenceres que não percebeste no essencial o que quis dizer, vai-te facilitar o entendimento, caso estejas interessada.

Quando me questionaste sobre como seriam elaborados os estatutos,
Percebo agora que não estávamos a pensar no mesmo assunto,
Pois eu não me referia a uma organização com 7,7 milhões de pessoas,
Mas mais como um milhão de organizações informais com sete pessoas cada.
Como um milhão de mesas de café, onde para além de se discutir futebol e namoros e desamores de estrelas do jet set nacional, também se discutam assuntos políticos,
De preferencia sem a intolerância de que “não falo com comunas” ou “não falo com faxos”.
Tirando esse pormenor (de não menos), penso que a cultura de café dos anos 60 (ilustrada no post do Alien por exemplo), seria precioso recuperar.

E assim, repito o tema deste post:

“seria necessário voltar a repicar esses discos, como doutros, para poder avaliar coisas que talvez nos esclarecessem e nos abrissem
novos caminhos, novos caminhos, caminhos mais actuais, uma orientação nova...”

De qualquer forma, não penso ser necessário repetir mais vezes que este ambiente virtual é para mim uma solução muito limitada e condenada à insatisfação.
O “café” deverá ser mesmo físico!

E apesar de não ter a minha agenda cheia para hoje,
Preferia retomar estes ou outros assuntos noutro dia,
Porque mantenho uma sensação de adoentado e nessas circunstâncias costumo ser muito pouco paciente e por isso abstenho-me por regra de comunicar com os outros.

Um bom dia

Arábica disse...

Desejo-te sinceramente as melhoras.

Partindo do principio que tu moras em Coimbra, eu moro em Lisboa e cada um mora no seu sitio, percebes bem que não é possível uma café real, sobre uma mesa de madeira.

E ainda que fosse, eu lembro-me bem (do tempo em que também eu saía do meu emprego e antes de ir para casa, ia ao meu café), que muitas vezes não percebíamos à primeira a ideia dos outros, e que cada vez que eles, por isso a tinham de expor de novo, ela saía cada vez mais apurada e mais clara, como uma história que ao mesmo tempo que é contada é interiorizada.

Vai lá para o teu isolamento.

Espero que não percas a paciência contigo próprio, que é um fenómeno que às vezes me acontece.

Beijos, boa tarde.

ze disse...

(Só agora li o teu último comentário - 15:43)

Exactamente.
Daí também espero que entendas que essa ignorância e alheamento geral, seja do interesse da organização partidária (ainda que digam o contrário).
Eu sei que estamos de acordo ainda que usemos expressões diferentes.

Eu digo que “não há democracia sem educação”, num sentido exigente e amplo de “educação”,

Mas acho que a política tem que se libertar dos velhos conceitos já muito vazios de significado e contexto como direita/ esquerda; proletariado/ capital;...
Que se deve procurar encontros e não barricadas.

Daí essa minha pouca adesão às tuas compreensíveis referencias e marcas culturais, porque acho que elas (como os partidos), hoje, fazem mais parte do problema do que da solução.

Solução para uma democracia (direito individual a participar nas decisões) mais, muito mais, efectiva.

ze disse...

Em resposta ao comentário das 16:08,

Há distancias maiores Arábica!
Suficientemente longe, no entanto, para encontros ou conversas tão frequentes como as que temos tido em ambiente virtual.
Mas considero as nossas conversas suficientemente invulgares no sentido da sua “produtividade”, para poder desprezar a oportunidade de uma experiência em tempo e espaço reais.
Nesse sentido (valor- preço ), a distancia até é curta.

"que muitas vezes não percebíamos à primeira a ideia dos outros, e que cada vez que eles, por isso a tinham de expor de novo, ela saía cada vez mais apurada e mais clara, como uma história que ao mesmo tempo que é contada é interiorizada"

E é a técnica mais eficaz de consolidar o conhecimento.
E também do aperfeiçoar, através da percepção das suas insuficiências e incoerências, que a inter-acção com o “outro” permite.

Por isso é que eu gosto de desportos colectivos e não de individuais.

"Espero que não percas a paciência contigo próprio"

Quem me conhece bem sabe quando é a altura ou não de conversar comigo,
E como eu sou quem me conhece melhor,
esse fenómeno não acontece.

:)

beijos e as melhoras também para ti
há sempre maneira de ficar melhor, não há?

Arábica disse...

Bom dia,


há, há sempre.

Ontem, essa maneira, para mim, traduziu-se num bife de vaca tenro acompanhado de um arroz thai, macio e leve, já tarde da noite.

Há coisas básicas, que embora não alimentem a alma são ainda dos melhores bálsamos para um corpo cansado.

E adormeci cálidamente, como um qualquer bébé, depois de tomar o biberão da noite.

:)

Até logo,

Arábica disse...

Ainda na caverna? :)



boa tarde! :)

Vivian disse...

...tô gostando de ver este
'namoro' entre a Arábica
e você!

rsss


beijos brasileiros, lindo!

ze disse...

Arábica,

Da caverna é donde parece vir a minha tosse,
Mas hoje mudei de estratégia no combate à fraqueza,
Comecei a tomar aspirinas, vitaminas e especturantes,
sai do sofá , de casa e fiz-me activo.
De tarde resolvi iniciar uma longa empreitada de digitalisar as largas centenas de fotografias de várias gerações de família que estão a monte num fundo baú.
Catalogar, registar datas, nomes e inventar directórios que as possam de alguma forma organizar.

Quanto ao blogue, estou para já sem grandes ideias sobre a forma de lhe dar continuidade, para além desta (nossa) conversa de caixa de comentários. (:

uma continuação de boa tarde também para ti

ze disse...

Vivian,

Brasileiro gosta de novela, não é mesmo!?
E português é do mesmo jeito.

Se você está vendo “isso” só pode ser bom sinal,
De que nos damos bem, pelo menos neste formato de comunicação escrita.

Mas só pode ser graças a algum esforço, vontade e dedicação em nos fazermos entender, mutuamente.

Beijos portugueses,
E não esqueça de aparecer mesmo sem novas postagens :)

Arábica disse...

´:-D

Vivi...novela na mesa do café????!!!!

Novela quer bossa nova! :)

Bossa nova é movimento cultural...certo? :)

Arábica disse...

Que não seja por falta de assunto que este blog, termine, desfaleça, caia para o lado, se expire num rasgo de tosse, por mais cavernosa que seja.

De facto, estou em atraso com os comentários, ontem quase de todo impossível e hoje, só agora a 100% para aqui estar...

Arábica disse...

De tudo quanto tens referido nos (muitissimos) ultimos comentários, concordo em absoluto com a ideia de novas soluções, novas posturas e novos olhos sobre a abordagem a essa nova cultura que urge.

Vejamos,

" De preferencia sem a intolerância de que “não falo com comunas” ou “não falo com faxos”."

esta tua frase lembra-me uma viagem que eu fiz e uma história de que me fizeram testemunha.

Ainda não sei se tenho jeito para contar "histórias" , mas pelo que me tem sido dado a observar, tu com algum esforço (mais ou menos, dependendo dos meios audiovisuais de que me vou socorrendo) tens conseguido entender na sua essência o que tenho tentado desta forma, transmitir; por isso vou tentar contar a história de uma pequena ilha chamada chipre, sem contudo me deter em passados que podem ser conhecidos através de qualquer pesquisa no motor de busca do Google.

Quando visitei o chipre, ainda existia um arame farpado a dividir a ilha em duas metades: a cipriota, de cultura grega e a turca, de cultura algo indefinida, porque ocupada na sua maioria por mercenários, que foram pagos para ocupar, mas sem identidade única.
Muitos deles sem documentos e por isso vitimas de uma exclusão, que mais parecia, cá se fazem, cá se pagam. Não fossem eles tão pobres, não tivessem as meninas um olhar tão triste, as mulheres um ar tão cansado e os todos na sua maioria, um andar perdido, de quem não vê horizonte, para onde quer que olhe.

O meu hotel, à beira mar plantado e do lado cipriota, permitiu-me o contacto com algumas pessoas que tinham vivido em idade adulta a ocupação bárbara, vendo-se expulsos das suas terras, das suas casas e dos seus haveres.
Não posso deixar de confessar que muitas vezes, no decorrer das conversas, embora o meu ingês seja básico e reduzido, me vi de lágrimas nos olhos. Não posso deixar de confessar que olhando Famagusta, ao longe, a no man's land, senti uma revolta que me embargou a voz e na foto me levou a erguer o pulso.

Mas quando uma noite, o anfitreão (cipriota de cultura grega) me perguntou: que futuro podemos nós ter? Que solução pode haver? não pude deixar de recordar Savas e Mario, um turco e outro cipriota, amigos desde a infância, e responder:

O futuro passa por deixar de haver gregos e turcos e nesta vossa ilha azul, começarem a ser todos cipriotas.

Por isso, meu caro Zé, não posso deixar de concordar contigo.
Se não o fizesse estaria a atraiçoar-me ou a usar dois pesos diferentes. Não estaria a dar o melhor de mim.

Por coincidência a invasão turca no chipre, deu-se em 1974.

E sim, de todo está na altura de darmos um passo em frente, embora nunca esquecendo as sábias lições do passado...

Arábica disse...

errata: não tivessem as meninas um olhar tão triste, as mulheres um ar tão cansado e os HOMENS na sua maioria, um andar perdido, de quem não vê horizonte, para onde quer que SE olhe.

Arábica disse...

Voltando ao nosso país e à nossa cultura, nunca tive uma postura não falo com "fachos", não falo com "sportinguistas", não falo com "chineses", não passo cartão a mal vestidos...

Bem como, nunca me regi por signos astrológicos para alimentar ou não uma relação (de amor. de amizade, de trabalho, enfim, uma relação).

Há muito que tenho uma máxima, dou-me bem com boas pessoas e com quem merece as minhas boas intenções, e que juntando a isso tudo, não leve a sério as minhas infantilidades, a minha cabeça no ar, a minha indisciplina na escrita, e sei lá quantos mais defeitos...

Arábica disse...

E acredita, a escrita é a minha forma preferida de comunicação, a qual me permite concentração.

Numa mesa real, com um cafe real, tu falarias e eu ouviria.
E se falasse, nunca diria o que escrevo. Porque parece que o som das plavras me atrapalha o pensamento, porque o movimento à volta me distrai, porque...não sei.

Talvez porque me habituei aos cadernos de guerra.
Talvez porque há muito que os cafés -como eu e o Alien os conhecemos- desapareceram.

Talvez conversar seja um hábito que se perdeu; uma hábito, sem dúvida a respigar, mas desconheço como: o stress do transito, os horários de trabalho, os filhos, os ginásios, os supermercados, as compras...a banalização da conversa, tantas vezes a escorregar para a novela, para o trivial, porque está na hora de dscompressão...

Arábica disse...

De que falta mais falar?
Deixa-me ir ver...
Cavernas :)

Há uns anos atrás (naquela fase em que eu parecia um elefante numa loja de louças, e antes de sobre mim dizerem que eu tinha mais força num dedo do que um elefante numa tromba) li um livro que explicava os silêncios mal humorados dos homens, como a necessidade que eles tinham de se refugiar numa caverna, em busca de soluções para os seus dilemas, duvidas, problemas e desafios.

Foi por isso que usei a palavra caverna.

O que me leva (depois de te ter deixado pensar)a perguntar: já arranjas-te novas soluções e novos caminhos, para esse desafio?

Arábica disse...

E por fim :) boa tarefa essa, a que te propões!

:)

Pode trazer uma certa dose de nostalgia, talvez alguns momentos fotografados mexam contigo, mas como depois da obra feita, nos sentimos bem!

Há 2 anos, reconstrui os albuns de fotos das minhas filhas, para lhes oferecer no Natal.

Reconstruí, porque coloquei as fotos em folhas a4 que me premitiram escrever memórias.
Quase a história da vida delas até determinado ponto.
Para a mais velha, que foi a que decidiu sair de casa aos 18 para ir viver com o namorado, utilizei como "última imagem" um recado que ela me tinha deixado escrito, meses antes da sua saída, onde se podia ler: já fiz tudo o que me pediste, vou jantar com o ...."

:) reviver esses momentos trouxe-me alguma nostalgia, mas ao vê-las tão felizes na noite de natal, ao receberem aquele tributo de amor:) compensou tudo.

Talvez possas de alguma forma, fazer algo parecido :)


Beijos, bom fim de semana, caso não nos cruzemos.

ze disse...

Arábica,

Deixas-me aqui muitos trabalhos de casa em forma de resposta às tuas várias observações e histórias,
às quais vou tentar responder por partes.

Hoje à tarde fui convocado para um jogo de bola daqui a um bocado, pelo que os assomos da doença se confrontarão em breve com o vai ou racha,
E as respostas terão que ficar também parcialmente adiadas pelo menos até lá mais para a noite.

Quanto ao exemplo do Chipre,
países socialmente divididos é o que infelizmente não falta, em todos os continentes e só de pensar em alguns deles dá a impressão que a comparação com Portugal é até desrespeituosa, dada a desproporção da gravidade dos problemas.
No entanto, na minha opinião, as soluções para os mais variados problemas de Portugal, não justificam muita experimentação, pois o nosso “atraso” permite estudar a historia recente de outros países que já por eles passaram e assim perceber quais as estratégias que vingaram e quais as que falharam.
Nesse sentido, concordo que todas essas as comparações se justificam.

(continua quando eu puder)

Arábica disse...

Ok, Zé, cada um de nós vem e escreve, quando pode, quando esá inspirado. :)


Eu, de novo, em batalha campal de músicas.

ze disse...

Lembro-me especialmente do fim dos regimes autoritários no Chile, Argentina e até do próprio Brasil, que de certa forma, se debateram e continuam a debater com dificuldades de consolidação das conquistas e com o combate a novos problemas económicos e sociais que nasceram nas novas oportunidades/ debilidades geradas na juventude e consequente imaturidade e inexperiência dos novos regimes entretanto estabelecidos.
Neste particular, a memória colectiva no seu binómio a lembrar/a esquecer, parece-me decisivo para o sucesso do futuro social.
Do lado do “ a lembrar” deverá estar sempre o crime, no topo da hierarquia de gravidade, pelo que considero qualquer tipo de tentações em cada momento pelo facilitismo ou covardia de não criar ondas sob forma de imunidades, amnistias e prescrissões, perigosíssimas para o futuro ético das sociedades.
O exemplo da prisão do Pinochet, ainda que com intervenção externa, ajudou de certo a fugir a esse caminho no Chile, onde me parece que esse processo, de transição do passado para o futuro, se está a desenrolar com grande bom- senso e responsabilidade.
Esquecendo o que é preciso esquecer para poder seguir em frente com um mínimo de unidade social, mas sem esquecer o que não se pode esquecer para não comprometer o futuro, dando-lhe o pior exemplo que é o crime sem castigo.

ze disse...

Quando eu digo e repito que a opinião política se deve despartidarizar, não é por acreditar em algum tipo de organização política sem partidos (do tipo das utopias parvas), mas porque acho que os partidos têm que se renovar para o nosso bem (social) e não pelo deles, porque não é do seu interesse.
Nesse sentido, a pressão para a renovação tem que vir de fora e não de dentro.
Quem o queira fazer por dentro, independentemente das suas boas intenções, será alvo fácil das bem oleadas máquinas trituradoras.

A minha aversão à dicotomia esquerda/ direita, não se baseia em nenhum medo de guerra civil (esse perigo já passou), mas antes à sua desactualização.
Quando se diz que a “juventude” está despolitizada, porque é que não se põe a hipótese do contrário, da “política” estar envelhecida, desactualizada.
Novas realidades, impõem novos instrumentos de olhar.
E esta organização política- partidária só atrai a juventude que se alheia da realidade e da sua juventude em si, para se institucionalizar quer com a gravata e o discurso “ de Harvard”, quer com a luta do proletariado, a “sharp” palestiniana e a barbita rala à cubana.
Porque é que o futebol não retoma o seu velho papel de ópio, deixando a política em paz de tanta emoção estéril?

ze disse...

“a escrita é a minha forma preferida de comunicação, a qual me permite concentração”

Em relação aos vários “meios” (chamemo-lhes assim) de comunicação, escrita, oral, gestual (corpo, face, posição;...), sinais de fogo de morse ou bandeiras,...
Na escrita, mensagens de telemóvel, emails, cartas oficiais ou informais, comentários de um blogue pouco visitado, muito visitado, em outdoors, no jornal diário ou na revista de domingo,....
Na oral, à vista próxima, aos gritos para uma multidão, em privado ou em público,...
....

Quando quero ou preciso de comunicar com alguém (individual ou colectivo), imponho a mim próprio uma responsabilidade de saber adequar o que tenho a dizer ao sítio, forma e meio de o fazer.
E atalhando caminho,
Alguma da essência das “nossas” conversas “aqui” dão-me essa sensação desagradável de estar a escolher desadequadamente o meio de comunicação.
Porque parto do principio que estou mesmo a falar só contigo e não com mais gente.

ze disse...

Claro que a escrita dá outras possibilidades de organização, estruturação, encadeamento, de ideias, que a oralidade não dá, e nesse sentido percebo que tu (considerando-te com dificuldades de concentração e organização) encontres na escrita um meio de comunicação confortável, digamos assim.

Quanto às tuas suposições sobre como seria uma conversa numa mesa de café com alguém com quem nunca tiveste essa experiência, nem sei o que te dizer....

Também há muitos cafés que nos aos 20/ 30 eram autênticos ninhos de desenvolvimento, encontro e fusão de ideias, e nos anos 60/70 estavam fechados ou limitados a meros pontos turísticos.
Mas sim eu percebo que vivemos uma crise de “renovação” da conversa de café e quem sabe se esta ultima lei anti-tabaco não terá sido a estocada final.
E essa consideração leva-me a ponderar até que ponto a lei terá sido ingénua ou não, nesse sentido, o que remete para os meus comentários anteriores, sobre os perigos da democracia se deixar monopolizar pelos partidos.

De qualquer forma, em Coimbra vive-se ainda um espirito de café muito intenso, mais forte do que em qualquer outra cidade de Portugal.
O nome do café habitual, aqui é quase como um apelido de família e como um prolongamento da sala de estar.
Mais que uma vez me contaram a história de duas pessoas de coimbra, que ao se conhecerem noutro sítio, se perguntam “qual é o teu café?”.
Toda a gente de cá tem um café e também a população temporária enquanto cá vive.

ze disse...

Se caverna era isso que querias dizer,
Não estou nem estive na caverna,
Nem “em busca de soluções para os seus dilemas, duvidas, problemas e desafios”
Mas apenas a viver um processo de lentidão de metabolismo,
Poupar energias para outros combates (do corpo com os seus invasores, literal e não metaforicamente).

Arábica disse...

...e porque será que só estás a comunicar comigo?

Porque é que mais ninguém entra no diálogo, no debate, nas ideias que tão bem organizadas, tens apresentado?


Não é a primeira vez que formulo esta interrogação e mais uma vez, não percebo, não vislumbro a razão, não tenho a resposta.

Mas, como tu sabes, eu faço yoga, aprendi a suster o corpo e as interrogações, até o tempo trazer, ou o aperfeiçoamento da posição, ou a resposta esclarecedora.

Essa história de um determinado café ser quase uma forma de identificação, não será um estereótipo? Um rótulo?
De qualquer forma, quase um código secreto de comunicação, porque só conhecido pelos nativos da tribo e vedado aos que, por exemplo chegam de Miranda do Douro ou Arraiolos.

Mais uma interrogação.


Votos de vitória na luta contra os invasores. É gripe?

ze disse...

:)

Também não sei porque é que estou só a comunicar contigo!
Sei porque é que estou (estamos) a comunicar contigo, mas isso também tu sabes, tão bem ou melhor que eu!

Posso-me pôr a fazer suposições?!
Mas acho que por razões diferentes de qualquer forma.
Cada um pela sua razão.

Mas também é certo que a partir do momento em que a comunicação é quase exclusivamente nos comentários, quem chegar agora vê 88 comentários e até se assusta!
(se fôr chinês até vai achar o número muito auspicioso, mas não percebe o português)
Dá uma olhadela pelo post, 30 segundos de música estranha, sem conteúdo lógico sob um título que diz para não comentar,
Convenhamos que é bizarro!
Quem ainda assim mantiver alguma curiosidade entra na caixa e vê uma conversa a dois, talvez até um namoro como a Vivian está vendo.
Só por muito cusco se põe a ler e de qualquer forma não comenta, não é educado meter-se na conversa dos outros!
E vai-se embora, naturalmente,
Não há tempo, estamos na era do twitter, cada um tem muitos blogues para seguir, porquê mais um?

ze disse...

Lembras-te da música (da letra) da Adriana Calcanhotto?
Eu ou o meu blogue, não tinha por objectivo, qualquer objectivo, nem esse nem outro.
Só uma experiência de comunicação com outras pessoas, que fui conhecendo, umas melhor ouras pior.
O futuro diz (quase) tudo, mas quando ele chegar também já pouco interessa.
Mas não me sinto frustrado. (:
É um destino, acabar numa conversa a dois.

Os invasores tão derrotados.
O jogo de (futebol de) ontem resolveu o assunto.
Trouxe uma lesão muscular nova, mas como tudo na vida não há vantagens sem desvantagens.

ze disse...

Sobre os cafés de Coimbra, infelizmente não te posso esclarecer as tuas dúvidas.
Passei quase toda a minha vida adulta fora, pelo que por mais que tente perceber as subtilezas da cidade, não me é fácil.
Num certo sentido até é mais fácil do que para quem sempre cá viveu, pois há aspectos (objectos) da visão que só se vêem com proximidade mas também há outros que só se vêem com distancia.
Como o zoom.
Tal como quando me referi às opiniões de dois emigrantes em Portugal, para tentar perceber as características da nossa “liberdade”.

Mas posso-te dar por exemplo que em muitos cafés onde entre sou “olhado” como os que “chegam de Miranda do Douro ou Arraiolos”, apesar de por outro lado ser uma cidade muito mais habituada a ver pessoas chegar e partir do que a vê-las chegar e ficar.
Mas no geral, as características dos cafés de cá são em tudo idênticas (na sua variedade) aos que já fecharam ou descaracterizaram no Porto, Lisboa e restantes cidades em decrescimento de urbanidade (apesar do crescimento físico).

Claro que os cafés históricos (anos 50-60) da baixa, fecharam ou turistizaram-se (como os do Porto e de Lisboa), mas isso decorre da doença do comércio tradicional, da vida sem carro, dos centros históricos em geral.
Mas por outro lado, as zonas vivas da cidade, têm os cafés cheios com o mesmo ambiente do post do Alien, que por isso tu conheces.
Uns fecharam (como o Mandarim), mas muitos mais abriram, incluindo em todas as zonas novas.

As mesmas pessoas vão aos mesmos cafés às mesmas horas fazer as mesmas coisas.
Muitas vezes sentam-se mesmo na “sua mesa”.
O empregado é lhes quase intimo e traz-lhes o “habitual” sem ser preciso pedir.

Arábica disse...

Não está em causa porque é que eu estou/contínuo a comunicar com vocês (fica estranho o plural, pareces possuidor de várias entidades, mas suponho que te referes a ti e ao blog, enquanto meio de comunicação).

Está em causa a chegada de outros.
Porque está em causa, este teu raciocinio:
"Alguma da essência das “nossas” conversas “aqui” dão-me essa sensação desagradável de estar a escolher desadequadamente o meio de comunicação.
Porque parto do principio que estou mesmo a falar só contigo e não com mais gente."


Pois se esta "treta de blog" (calma! estou a brincar contigo!) é uma experiência de comunicação, bem podes reformular as aparências:
eu deixo de comentar e tu crias um ou dois posts diferentes, principlmente com um título diferente.

Suficientemente extensos -por exemplo "recheados" de fotos- para não se vislumbrar este post, que ainda, com alguma sorte, vai chegar aos 100 comentários.

Simultâneamente, vais numa cruzada contra o tempo, fazer um raid pelos tantos blogs ao teu dispor.


Numa tentativa de sanar essa sensação desagradável.

Que tal?

Arábica disse...

E tu, alguma vez, permtes-te a ser uma vitima do destino? :)

Arábica disse...

Já não consigo ter "um café".
Não só pela nova lei anti-tabaco, mas principalmente pelas circunstâncias: se vou virar à esquerda, vou ao café da esquerda, se pelo contrário, vou virar à direita, vou ao da direita. É o que faz morar numa rua que termina, em ambos os lados, com cafés.

Se é para ler toda a tarde e se estamos no Inverno, é um.
Quando no Verão, tenho as minhas esplanadas de estimação.

É resultado também, do tempo disponível, da minha maneira de estar, curiosa de conhecer novos espaços, absorver meios diferentes, sentir novas cores, novas texturas.

É por isso que eu julgo que me disperso nas conversas, porque me sinto tipo "uma gabardine muito usada, permeável às chuvas".

Quando escrevo, daqui, o meio ambiente é o meu, criado por mim, feito à minha imagem. Dele já nada me chega. Pelo contrário, sou eu que o ocupo e sou eu, que dele, fluo, livre de estímulos.


Já estive a ler a letra da canção :)

E o tempo de antena :)

ze disse...

Arábica,

Já vi que tenho para aqui muito para “responder” outra vez, e ainda à cinco minutos atrás descobri que afinal tinha três cigarros e que por isso já não ia sair de casa hoje.
Pijama vestido e tudo.
O que quer dizer que vou ficar-me apenas pela leitura e resposta aos teus primeiros parágrafos. Amanhã respondo ao resto.

Não era plural que eu queria dizer. Era o objectivo do meu blogue ou em alternativa o meu objectivo com o blogue. É só uma coisa com dois nomes possíveis.
“Eu ou o meu blogue, não tinha por objectivo, qualquer objectivo, nem esse nem outro”
Onde é que está o plural?

Adiante,
Não percebeste nada.
Sim, sempre me permiti ser uma vitima do destino. Até agradeço.
Não me estava a queixar de não ter visitantes,
Deixei de os ter por várias razões, incluindo por eu não dar muitas voltas por muitos blogues, mas se não o fiz é porque não gosto. Isto é algum “emprego” com obrigatoriedades e objectivos? Para mim não é, não quero que seja e não vai ser.

Eu respondo em função do que cada pessoa diz e do que conheço dela.
Tal e qual como se estivesse numa mesa de café.
A partir do momento em que perdi vontade de continuar a editar posts e que as minhas visitas ao blogue se limitam a continuar uma conversa com uma só pessoa, que és tu,
A partir desse momento, sim, acho que seria mais “adequado” estar a estabelecer essa conversa por “email”.
O problema de estar a falar só contigo num ambiente “ambiguo” é que não falaria naturalmente em púbico algumas das coisas que vou dizendo.
Para mim, é uma conversação com contornos de pessoal, na forma como eu “falo”, ou como escrevo como se tivesse a falar com uma só pessoa em específico.
É aí que está o desadequado.
Ainda à bocado disse que estava de pijama!
Ou se estou melhor da gripe.
Ou mesmo muitas opiniões políticas (ou a forma de as dizer).
Não é que isto seja um ambiente público mas também não é privado, é o chamado privado com potencial de ocasionalmente se tornar público.
Carácter ambíguo, de qualquer maneira.
É dai que vem a "sensação desagradável".


Boa noite.

ze disse...

e quando disse que fazia um novo post antes que uma caixa de comentários chegasse aos cem, estava a fazer figas. Juramento inválido.

tou sem vontade nenhuma de fazer posts,
até pode ser que daqui a uma semana ou um mês, esteja com outro espírito diferente,
não me vou por a "deletar" e muito menos a criar um novo.

Vou esperando pelo futuro, para depois saber.

;)

Arábica disse...

Sr.Arrogantemente teimoso que só tem três cigarros:

"Onde é que está o plural"?
"Não percbeste nada.
Adiante"

"Sei porque é que estou (estamos) a comunicar contigo, mas isso também tu sabes, tão bem ou melhor que eu!"



Boa noite, desta senhora atenta que tem um maço inteiro de cigarros
(bem feita!!!)

Arábica disse...

Dizeres que estas de pijama é uma ofensa à moral?

E sim, tens escrito imenso sobre a tua visão politica deste nosso país.

E depois?



Sentes-te o quê? Desprotegido?
E que mal poderão ter as nossas conversas? Duas pessoas, com uma porção de tempo considerável para estarem na net, como outros milhões, que falam de assuntos sérios, que falam de músicas, de desportos em grupo, de estados de animo, (fogo, lembrei-me agora de um comentário teu, mas já te respondo), diz-me lá, que problema é que isto pode vir a causar ao universo?

Agigantará o buraco negro?

Fará quebrar mais algum iceberg?

Arábica disse...

Porque é que o futebol não retoma o seu velho papel de ópio, deixando a política em paz de tanta emoção estéril?


Fogo, isso vai contra tudo em que acredito!

Por tanto futebol, fado e fátima, por tanto ópio, é que andou este país do avesso tantos anos!

Arábica disse...

Boa noite.

ze disse...

Srª benignamente provocadora,

Não agigantará o buraco negro nem fará quebrar nenhum iceberg,
Podes ficar descansada em relação a isso.

Trata-se apenas de um exercício de consciência sobre a adequabilidade do que digo e de como o faço, ou de onde o faço.
Quando isso acontece, das duas uma, ou mudo de “meio”, ou altero o padrão.
Há algum objectivo de que mais alguém leia as minhas opiniões e as nossas conversas?
Da minha parte não, não há seguramente.
Que eu saiba, não.
Se há, desconheço.
De resto não tenho mais nada a acrescentar uma vez que já terei dito o suficiente a ser entendido.

ze disse...

Quanto ao futebol e à política, referia-me à irracionalidade e emotividade com que vejo as adesões e comportamentos de grupo organizados e promovidos nos e pelos partidos,
Dentro de padrões muito semelhantes às claques dos clubes de futebol.
Há as jotas, há os ultras, há as marchas aos estádios ou às manifs, há os timoneiros, os gritos e os insultos.
E as cores para todos se saberem identificar, canfratrenizar ou guerrear.

Pessoalmente acho um pobre espectáculo.

Em relação “ao fado e ao futebol”, tenho as minhas dúvidas sobre as razões pelas quais lhe foi colado esse rótulo de ópio.
Mas, não vivi esse nem nesse tempo, pelo que as minhas opiniões são limitadas de validade e condicionadas à dos outros.

Um bom dia.

Arábica disse...

:) há emoções que nem no futebol, Sr. Já com Cigarros (?)


Um bom dia.


:)

ze disse...

Emoção e razão de mãos dadas,
qualquer uma delas só por si, tornam-se inevitavelmente, cedo ou tarde, frágeis.

Cigarros, ando a desdobrar-me em estratégias de redução, mas não tá fácil!

boa tarde ;)

Arábica disse...

:) a quem o dizes.

é mesmo dificil.

E aproveitemos de novo este sol e estas temperaturas amenas, afastadas (para já) as chuvas :)


Beijos

Arábica disse...

Oh Zé então o blog vai ficar parado no 25 de abril? :)

ze disse...

Arábica,
O blogue fica sempre parado até voltar a andar

ze disse...

Cris,

Sim, é bate papo mesmo,
Mas ninguém é intruso não,
o blogue está sempre aberto a quem queira bater papo também.

beijos

Amélia disse...

...
esperemos é que a paragem não dure tanto tempo como as obras de st. ingrácia!

e já agora: eu não fumo, mas como isto por aqui é tudo a fingir, ó sôr zé, importa-se de me arranjar um cigarro? só enquanto esperamos que isto volte a andar...

quando fumava, um cigarrinho demorava cinco escassos minutos a devorar...

ze disse...

Menina Amélia,

A senhora sabe que eu não recuso cigarros a ninguém!
Nem mesmo o último.
Sirva-se à vontade e em abundância, que os vícios quando virtuais são mais fáceis de sustentar,
E assim sentada, um após o outro, cigarro e autocarro.


Saudações!

Arábica disse...

Pedra sobre pedra.

Passamos para a arquitectura dos deuses? :)

ze disse...

arábica,

assim que tenha tempo,
explico-te palavra sobre palavra,

passemos para qualquer especialidade, conquanto seja atribuída ao Deus correcto!

:!

Vivian disse...

...olá menino!

vim agradecer a visita sempre
tão inteligente e preciosa
lá em casa.

beijos brasileiros, querido!

Ana Paula Sena disse...

Caro Ze, obrigada pela visita :)

Arábica disse...

Zé, boa tarde,


pois assim posto, imagem e artigo, ocorre-me que talvez esse tempo dórico, seja único, mesmo.

O único construído pelo homem para o Homem e por isso mesmo, sem motivo para "cella".

Muito inspiradora esta mensagem.

ze disse...

Vivi, beijos também para si!

Ninguém sabe nem aqui nem aí, onde está faltando mais inteligência.

A avaliar pelo passividade e pela mediocridade é na Europa....
A avaliar pela ousadia da promoção dos vinte minutos de fama antes do suicidio, mais doenças de insectos e suínos, é aí!

O que vale é que o Concord do século vinte e um é um trans-pacífico,

Nova Yorque é hONG-kONG
cHANGAI É dENVER
lISBOA É UMA aldeia smi-desconhecida na anterior República Centro Africana,

e um bom fim de semana para todos que ainda ou já estejam acordados.

ze disse...

Ana Paula,

Obrigado eu, pela sua visita aqui,
cuja honra enquadro na proporção da qualidade do seu blogue,
que me habituei a visitar, atraído pela diversidade de formatos de comunicação, ricos e versáteis nos estímulos quer do pensamento, quer dos sentidos.

Aproveito ainda para me desculpar do meu recente triplo comentário, produzido sob cansaço extremo, e por isso demasiado próximo da comunicação comigo mesmo para poder sequer ser entendível por outros.

Lamento ainda que a sua chegada ao grupo de “seguidores” deste blogue, tenha coincidido com uma fase caracterizada pela letargia,
imposta por necessidades pessoais de gestão de tempo de outras actividades.
Desejo e confio, no entanto, que este período sendo breve,
se transforme merecedor da sua visita.

ze disse...

Arábica,

As particularidades das tuas interpretações dos meus posts, é algo a que já me habituei, até a saudar!
Cada acção vale sobretudo pela sequência de acções que desencadeia, muito mais do que por si mesma,
E assim te inspiras-te e conduzis-te a tua interpretação até à construção de um novo post, com um sentido que independentemente do seu valor intrínseco, não reconheço como herdeiro natural da mensagem deste.

Este nasceu com uma música encontrada num certo acaso entre temas relacionados pelo “imeem” com os “verdes anos” que era até então a minha opção.
No entanto e no decorrer dos temas tratados e debatidos noutros espaços a propósito da então actual comemoração do trigésimo quinto aniversário do vinte e cinco de Abril,
Decidi escolher antes esta re-mistura da autoria do Sam the Kid, pela sua actualidade e pelo repetido apelo á necessidade de “repicar esses velhos discos, que talvez nos esclarecessem e nos ajudassem a abrir novos caminhos, caminhos mais actuais, uma orientação nova”, em contraponto à passividade do “ficar a olhar”.

A introdução (posterior) da fotografia do templo grego, foi-me sugerida pelo tema da “ilha”, recorrente deste blogue pelas suas características laboratoriais (ambiente fechado, circunscrito) que permitem depurar a clareza das observações e das conclusões sociológicas, antropológicas, etc...
A fotografia tirada durante a componente de estudo de umas férias ao sul de Itália no verão de 1992, foi pois aqui introduzida numa tentativa de provocar a analogia do sentido de distancia de tempo face aos inícios referenciais e à reflexão do caminho percorrido a partir desses pontos de partida.
Atitude museológica?

O acrescentar do texto do Luís Maio foi apenas o resultado de uma coincidência, de poucos dias depois de ter editado a dita fotografia, ter visto no suplemento de viagens do diário que leio, uma reportagem sobre Segesta.
Claro que não esperaria que alguém (nem tu), entendesse a ausência de “cella”, a parte mais sagrada, ou talvez a única sagrada, como uma divinização do homem.
O sentido que pelo menos eu lhe dou, é apenas a de construção inacabada, e logo com o “essencial” por fazer.
E lá porque entretanto já passou um mês e 120 comentários, a data do post ainda lá está:

25 de Abril de 2009!
ainda te lembras?

Anónimo disse...

Eu realmente gostei do seu site. Excelente conteúdo. Por favor, continuem postando conteúdo tão profunda.