quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

MEME


Regras:


1- Dizem-se nove coisas aleatórias a seu respeito, não importando a relevância.
2- Seis delas são verdade e três são mentira.
3- Quem recebe o meme, deverá postar nas suas respostas as três mentiras do blogueiro.
4- Quem indicou revela depois (ou não)!
5- Não tem regras especificas para quantidade de blogueiros!


Aqui vão pois nove coisas a meu respeito, três delas são mentira:


1. Quando era pequeno, os meus pais diziam-me que como tinha nascido com o nariz tão grande não podia mentir nunca, se não quando crescesse teria que usar açaime na ponta do nariz para segurança dos outros.

2. Quando tinha quatro/cinco anos, por ser muito sossegado, costumavam deixar-me sozinho na sala nas manhãs de inverno, coberto com uma manta sobre uma mesa com braseira.
Um dia a manta ardeu, como uma boa parte da sala, enquanto eu fiquei sem reacção, choro ou gritos. E também sem queimaduras ou outras marcas físicas.
Mas essa minha atitude de passividade, fez acentuar nos outros a desconfiança sobre a minha personalidade.
O meu pai era pediatra.
No verão puseram-me no Jardim Escola.

3. A minha primeira alcunha, colocada pelo meu pai, foi "zé pistola".

4. Nasci com a membrana que segura a língua à boca, maior que o normal e por isso só consigo que ela toque o céu da boca quando a fecho.

5. O meu pé direito calça 41 e o esquerdo 43.
Uso 42, mas um pé fica torcido e o outro dança no sapato.

6. Uma vez atropelei uma mulher grávida na passadeira.
E fugi.

7. Desde que me lembro, quando vou com a minha mãe na rua e ela encontra alguém conhecido, apresenta-me como sendo seu neto e pergunta se eu não seria até bonitinho se não tivesse um nariz tão grande. E que pena que é.
Suponho que já tenha tentado outras formas de me envergonhar tanto, mas ter-se-á fixado na formula de maior sucesso.

8. Com dezassete anos fui convidado pelo meu professor de Educação Física para correr os cem metros no Campeonato distrital de juniores, mas quando lá cheguei o meu colega que calçava o mesmo número que eu não me emprestou as suas sapatilhas de tartan (não se podia correr com outras) e por isso tive que correr com umas 38, quatro números abaixo.
Corri em primeiro até metade mas acabei em último.
No fim, o meu ex-professor (já estava de férias) nem me dirigiu a palavra, de tão desiludido que estava comigo e com a sua aposta pessoal.
Mais tarde, disse-me só e secamente, que o objectivo eram os mínimos para o Campeonato Nacional de Juvenis (ainda tinha idade) que seriam disputados no mês seguinte em Lisboa, e que tinha falhado por um décimo de segundo, a unidade mais pequena que aqueles instrumentos de cronometragem são capazes de medir.
Nunca mais nos vimos.
Nunca mais me esqueci do que são cem metros.
É bem mais do que parece.
É um prova de resistência, tanto como de velocidade.
E precisa de treino, como o resto.

9. Não gosto de mudar de sapatos porque me modifica o andar.
Ando sempre com os mesmos e só depois de estarem todos rotos é que compro outros.
Iguais.



As mentiras da Carla da Cafetaria 24 horas já as denunciei no seu blogue.

Agora para passar o mem é que já fico hesitante, porque sou novato nesta atmosfera e por isso conheço muito poucos blogues e mesmo esses pode ser que não lhes apeteça.
Mas, sem querer ser supersticioso, se alguém que estiver a ler e tiver blogue, o quiser fazer eu fico agradecido e menos receoso duma trovoada em cima da minha cabeça ou qualquer outro tipo de azar que me possa vir a condicionar negativamente o futuro.

Antecipadamente, agradecido a esses.

Construção - Chico Buarque

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Escarafunchar no Futuro (Parte 1)


O amanhã já começou hoje.
Até ontem


da mesma forma que o passado, naquilo do que foi que ainda não deixou de ser mas deixará um dia, ainda sobrevive em agonia.
Os vários tempos e respectivas caracterizações, formam a cada momento colagens sobrepostas em tensos equilíbrios de coexistência.

Independentemente daquilo em que se possa ter transformado, o sentido do estudo da história tem similaridades com a meteorologia.
Definir e entender o passado, particularmente os seus traços cíclicos, para poder adquirir consciência de prováveis/possíveis relações causa-efeito de atitudes ou decisões tomadas no presente.
Estudar o passado para perceber em que medida se pode hoje controlar ou afunilar o futuro.
Perceber os movimentos de mudança presentes no percurso do tempo, para assim poder caracterizar as suas tendências e direcção.
É dessa liberdade criativa condicionada, reduzida dos destinos improváveis do tempo que se faz a melhor ficção cientifica.

Como se distribuirá a ocupação populacional do planeta daqui a um par de décadas?

A crer na maior parte da ficção cientifica, acentuar-se-á a tendência em curso de fixação populacional em torno de poucos e progressivamente menos, centros urbanos.
Densificação de mega-cidades, onde aceleradamente se desenvolverão as compensações humanas e sociais ao estado de coma do ambiente natural sob a forma da expressão do imaginário artístico e da artificialização das inter-relações e dos ambientes.
Em simultâneo com o declínio da ocupação humana do restante território, entregue a uma uniformização industrial do meios de produção alimentares, tecnologicamente capaz de criar formas de crescimento de produtividade mas também de resistência à progressiva deterioração do meio ambiente.

A menor parte da ficção cientifica, associada a cenários pós (smi) apocalípticos, retracta o regresso às formas básicas de sobrevivência e às relações humanas mais primárias, extremadas em caricaturas de pureza e de vício.
As grandes cidades são território abandonado ao limite dos seus defeitos.
Local de ruínas, fantasmas e armadilhas. Inseguras até para os fortes, feios e maus.
As probabilidades de sobrevivência crescem na dispersão da fuga, no encontro dos recantos improváveis onde nasce a esperança de conforto e segurança fraternal através da recriação de um passado idílico.
É ambiente de redenção das inércias do desenvolvimento e da ambição, e de nostalgia do campo no seu sentido de pureza e harmonia.
Argumentos de simbolismo tipo épico-bíblico. Antigo Testamento.
Pedagogia das portas do Inferno.

Mas mesmo estes cenários que descrevem movimentos centrífugos ou de (re)dispersão da ocupação do território, baseiam-se no colapso de um padrão anterior, centrípeto.
Tendo já este como certo (ou presente) e apenas o outro como argumento de ficção da reacção e adaptação humana ao imprevisto, à catástrofe, à impotência, ao desamparo.


segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

sábado, 7 de fevereiro de 2009

second life



















Como é que se organiza duas vidas, em dois espaços,
em um só tempo, em um só corpo?

Como é que um corpo vive uma vida que não é dele?
Fuma, treme. Faz-lhe algum bem?

Como é que uma cabeça construída para partilhar com o corpo a alegria, a tristeza e a ansiedade, sobrevive?

Como é que quem nunca fez, faz?

Como é que quem nunca conseguiu, consegue?

Como é que se sabe se o que se pensou, se escreve?

Como é que se sabe, se o que se escreve se publica?

Como é que se transporta o corpo do ontem para o amanhã, sem passar por hoje?

Porque não chove, não faz sol nem silencio? hoje

Porque é que o tempo parou onde não devia?

Onde está o cobertor e a almofada?

Como se descansa?

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Al-cunha (parte 3)

Voltando atrás ao muito recentemente,

apenas uns sete "anos blogguer" atrás*, uma entidade desconhecida comunicando através do meu monitor, impeliu-me a definir-me e a constituir-me como "blogguer" caso estivesse verdadeiramente interessado em editar um comentário a algo que tinha lido, num blogue.

Compreensivelmente transtornado, mas visceralmente lúcido de que "os toiros enfrentam-se é de frente", esgotaram-se-me-por-completo todos os nomes que não os únicos de que me lembro quando inquirido por qualquer tipo de autoridade.
Vi-me pois, visivelmente algo nervoso, procurando pela ultima versão da carta verde.

"Merda, porque é que eu optei por pagamentos trimestrais?
Tenho que deixar de seguir como instruções divinas todas as letras das minhas músicas preferidas. Principalmente se se referem a deixar para o dia seguinte; nem falam em trimestre!
Livre interpretação o tanas, tu gostas é de ter o dinheirinho do lado de cá, que sendo sabido que a vida é curta, às vezes é muito curta."

E para meter medo ao touro ainda anexei a minha melhor fotografia, sorrindo, que eu não gosto de multas mas ainda menos gosto de guerra.
Assim ficou.

Hoje,
uns "dias blogguer atrás", repetiu-se tudo igual, mas diferente.
Mas todos os submúltiplos da vida não exactamente assim?
Iguais mas diferentes.
Iguais numas coisas e diferentes noutras.

Deixando para trás ( neste caso também para (posts) baixo) os iguais, resta descrever os diferentes- O Al, o tracinho e o cunha.


*se calhar fiz mal a conversão dos anos blogguer e talvez ainda seja demasiado novo para postar...BAh- insegurança momentânea

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Desafio d’em pequenas doses

Gosto de...



nas Coisa simpes, me perder na complexidade dessa estrutura perfeita

-Dos paradoxos que tudo o que é simples encerra.


- de mergulhar e demorar-me muito a largar aquela musica de silencio.

Sobretudo a dos pensamentos. É um fascínio que me parece levar (voltar?) a um mundo em que não há palavras e os sons nos dizem tudo o que precisamos de saber.

- Encher a boca de ar, regressado à tona.

- Já poder voltar “lá para dentro”.

- De falar e brincar com as crianças quando não há adultos a ver ou a ouvir.

- Me sentir compreendido, não tanto mas mais vezes do que de me sentir amado.

- De sentir que agora tenho aquilo que antes me fazia falta, mas que não me fazia falta realmente, apenas porque não conhecia a sua existência. ainda. Esta é de gajo ambicioso.

- Encontrar o abrigo depois de longa e extenuante jornada na pradaria.

- Sair do abrigo em postura de convite à chuva, ao vento, ao olhar e a quem mais vier. Afastar-me sem olhar para trás.

- Perceber reconfortado que o mundo é redondo ao vislumbrar novamente o abrigo. Mas desta vez visto de um ponto de vista, anteriormente pouco explorado- de frente.

- Perceber que cada segundo é único através de uma rajada ou de uma mudança de direcção do vento.

- Entrar nos olhos de uma criança que nunca vi antes, e perceber que cada pessoa é única.

- Adormecer sob pesado ruído de chuva ou granizo, reconfortado e seguro que dali ninguém me quer mal.

- De comer, de beber, de dormir.

De acordar

- De perceber que nunca se pode dizer tudo, porque o que não se diz tem uma importância complementar não menos importante e porque há mais dias para dizer. e para calar.

- Perceber quando estou a fazer o que devo, no sitio que devo à hora certa.

- Perceber quando não estou a fazer o que devo, no sitio que devia.

- Pedir desculpas, assumir erros, com um prazer proporcional ao tamanho e idade da minha teimosia passada.

- Voltar a ler um livro que já li à vinte anos atrás e perceber que se mantêm todas as vantagens de uma primeira leitura e que se acrescentam todas as vantagens de uma segunda.

Não perceber que envelheço, porque todos os segundos percebo que se acrescenta muito mais e mais valioso do que o que se perde.

Perceber que a unidade de tempo da minha vida é o batimento cardíaco e não o segundo.

E que o valor cambial da troca me é favorável. Por mais frequente que 60 por minuto.

VIVER

- Descobrir- me, redescobrir-me, no meio do processo de conhecer o outro.

- Conhecer aspectos, se possível os essenciais, do sitio (múltiplo e abstracto) onde vivi, quando estou onde antes nunca tinha estado, incluindo sonhos.
- Perceber porque é que fiz algo, noutro momento diferente em que me encontro a fazer aquilo que nunca antes tinha feito.

- todos os resultados da amizade. Mesmo em cinema.

- Rir, sorrir e conseguir chorar

- Lembrar-me de quem gosto