terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Esta não fui eu que tirei, mas foi a minha máquina!

17 comentários:

Vivian disse...

...se bem entendi,
presumo que seja um touro
vitimado pela aberração
humana...

e que bela câmara, hêim?

bjussss

ze disse...

Sem querer entrar em discussões sobre touradas,

este touro não é (quase nada) vitimado.

Ele(s) vivem até morrer de velhice.

Passam os dias a pastar em terrenos de enormes dimensões, ou a cobrir vacas se as suas características e as dos seus antepassados o fizerem merecedor desse privilégio.

Em dias de festa são transportados (e é só aí que eles sofrem)em reduzidos espaços quase nada ventilados até ao dito local.

Chegada a sua vez, são soltos em espaços onde podem decidir ir em frente ou para um dos lados,

perseguem o público e marram nos que não conseguem fugir a tempo,

perseguem também em rodopio um guarda-chuva empunhado por um qualquer jovem local havido de aproveitar a oportunidade de apresentar em público a sua coragem, destreza e arte.

Passado meia hora de exibição voltam a ser presos e transportados de novo às pastagens.

Se a sua bravura for digna da admiração do povo, podem durante a sua vida, repetir este ritual por mais de cem vezes. Fazendo uso da aprendizagem da sua experiência anterior.

Se forem mansos, quietos e indiferentes às provocações do público, continuam a viver nas pastagens com os outros até morrer de velhos. Não são de uma raça apreciada para carne.

Segundo a mitologia grega (antepassada da nossa cultura actual) em conjunto com os cavalos, são veículos privilegiados do transporte de espíritos e energias.

Agora um desafio-
consegues ver (enxergar) o que eu escrevi atrás, sem usares a base do preconceito (daquilo que pensas e sentes instintivamente quando ouves as palavras "touro" ou "tourada") ?

ze disse...

errata:

"ávido" e não "havido"

Anónimo disse...

resposta à adivinha:
a tua máquina tem vida própria, é uma foliona, e o touro é um maluco, destemido.

ze disse...

Olá Rosa, é um prazer receber a tua visita.

Não sabia que havia uma adivinha.
Mas isso era antes.

Algo que seja além de escrito, lido,
não permite ao escritor saber nem metade.
Vá lá, metade.

Lembro-me que no fim de ver o "Mulholland Drive" do D.Linch, num qualquer cine-clube, aquele público (não lhe vou chamar nomes, não vá algum ler) particular, digamos assim, não arredou pé na ansia de "gritar":
"este gajo agora é que enlouqueceu completamente"
Outros (os restantes):
"aproximem-se de mim que sou EU que vos vou dar tranquilidade. Eu sei, eu explico, no fim não se esqueçam é de me tratar por senhor doutor mais dois nomes de família, apesar da boina Che".

Todos os filmes e mais ainda todos os livros porque nem imagens têm, só se completam dentro de nós. E depois de uma boa digestão.

A advinha tem que estar certa, porque eu ainda não sabia essa parte da história.
Aceito, apenas.
Que remédio!

Aparece mais vezes, quando e se tiveres paciência (e tempo)para este meu estilo particular de responder.

E ainda me falta falar da máquina e do touro. Faço isso mais para o fim da tarde.

Arábica disse...

Oh Zé nunca te imaginei um homem de barba rija mas a ver pelo que aqui vais escrevendo, agora sim, começa a delinear-se um perfil de toureiro...sei lá...rabujador...talvez?


E a malta lá vai, a correr atrás da manada :) ou será ao contrário?

(a manada atrás da malta?)

Pois que não sei, que esses dias foliões de manadas e largadas ficaram lá para trás...lá muito para trás :)


Mas fico contente por este teu lado taurino :) mostra que és corajos, isso sim, que este país, precisa de homens corajosos, que fiquem bem nas fotos e com o dom da escrita...mesmo que nós só possamos ler a 20 horas luz da hora real :))


Fico à espera da máquina e do touro (salvo seja)

:)


Um beijo, caro Zé !

ze disse...

Arábica,

De acordo com a resposta anterior, o máximo que eu posso almejar saber de mim é metade, sendo que o resto eu nunca conseguirei perceber pelos meus olhos ou pela minha cabeça.
Seria um exercício infrutífero.

Metaforicamente aceito pois ser definido por touro ou por toureiro, apesar de na “realidade” não ser bovino nem possuidor da arte de “lidar”.
Entrando nos ses, se fosse ou tivesse sido toureiro acredito que fosse um forcado, primeira ou segunda ajuda, mas não rabejador.

E isso para os mais apreciadores de deslizes, não tem qualquer referencia directa ou subliminar com homofobia, mas com aprendizagem de lidar com os assuntos fazendo uso da frontalidade.

(continua)

ze disse...

Medo. Coragem, respeito, atenção

Tenho medo de apanhar um tiro nos “cornos”, salvo seja que eu não sou touro.
Isso é covardia?

Não tenho lá muito medo de apanhar um murro no “focinho”.
Isso faz de mim corajoso?

Se estivesse em certas zonas de África teria medo de pisar um terreno minado.
Isso faz-me lembrar que sou animal. Não me contento com a cabeça (o focinho), preciso bem do resto do corpo, a começar pelas pontas de todos os dedinhos dos pés.

No medo, na coragem, sou igual aos outros.
Os terrenos desconhecidos impelem-me (ou impelem-nos) os sentidos para o modo de alerta.
O que é literalmente natural (animal) e está mais do que gravado (tatuado) na minha (e de todos) informação genética.

(continua)

ze disse...

Aquela fotografia foi tirada do lado de fora de uma loja de fotografia em Angra do Heroísmo.
A fotografia fotografada foi tirada em Porto Judeu de baixo junto ao porto em dia de festa.

Depois do post “do que eu gosto” lembrei-me de acrescentar uma imagem com muito mar, coisa que não me falta no meu arquivo digital.
Durante a procura, encontrei esta que me pareceu, além de adequada, digna de ser partilhada. Por várias razões.

Como tenho uma relação de mãos largas, apesar de quase vazias, com as minhas máquinas em geral, empresto-as a quem lhes der mais uso do que eu.
Como isso já aconteceu com esta, na altura que postei a fotografia, de facto pensei que tivesse sido outra pessoa a tirá-la.
Posteriormente e ao olhar para o perfil da sombra perceptível do lado direito, lembrei-me que afinal tinha sido eu.

No entanto, se retirar-mos os efeitos não intencionais da moldura e do reflexo da vitrine, ela não foi tirada por mim mas por um fotografo profissional que também acompanha casamentos e baptizados e cujo nome já soube mas não me lembro.

(continua)

ze disse...

Malta e manada,

Por justiça e igualdade também me vou dar à liberdade de interpretação e como tal, malta é manada e manada é malta e andamos todos democraticamente atrás uns dos outros, sem particular mas em conjunto.
Pode ser assim? Ou isto já é considerado toureio rabejador?

E para o caso de manada ser uma referencia a tradições ribatejanas (que desconheço), ali (na Terceira) só sai um de cada vez. Quanto às vacas, não saem dos serrados (campos).

(continua)

ze disse...

...ou melhor só saem para a estrada para alternarem de terreno de pasto.

É verdade, eu só escrevo quando e sobre o que conheço bem. Ou penso que.
Eu bem me parecia que tinha esta resposta em falta contigo, lá mais para baixo.

A velocidade da luz é de tal forma rápida que geralmente é mais usada como unidade de medida da distancia do que da velocidade.

Suponho por isso que se estás a “20 horas luz” de mim serás minha vizinha do lado, o que para mim é muito agradável e reconfortante.
Eu do bem não tenho medo nenhum, sou audaz, um herói completo, acabado e de peito aberto.


Beijos, se me falhou alguma explicação diz, que para isso não me falta a coragem.
já para posts...

Arábica disse...

:) adorei todas as tuas respostas :)))

claro que o meu comentário foi escrito com a intenção de...te provocar :) um bocadinho, só.

Só um nadinha :)


E os teus comentários continuam a ser dignos de post :) não te rales, portanto, com os posts :)


Beijo, bom sábado!

ze disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
ze disse...

O primeiro comentário eliminado, tinha que ser meu!

Gostava de gostar mais de mim.
De mais partes.

ze disse...

Beijos,

bom sábado, bom domingo e bom fim de semana!

No entanto, se apareceres antes também fico contente!

Arábica disse...




até que ontem tive tempo, mas...

o corpo estaria aqui, mas o pensamento não; estava demasiado dentro de mim, das minhas emoções felizes das últimas horas, demasiado dentro da minha pele, para poder ler de forma empática.

Essa é uma das minhas mais recentes descobertas e vai de encontro ao teu post sobre a second life. Tempo para nos conhecermos e nos ouvirmos faz muita falta. Mesmo que aparentemente possa parecer que somos um corpo abandonado sobre uma almofada e sob um cobertor...

Estamos sempre a tempo de "trabalhar" o que não gostamos em nós. Estamos sempre a tempo de gostarmos de mais partes de nós.

Julgo que o esforço é compensador e gratificante :)


Um beijo e uma boa semana para ti, vou-te lendo à medida das possibilidades da aldeia :)

Mas julgo que sim.

ze disse...

sim,
é raro essa consciência de "poder ler (ou não) de forma empática".
De ler com respeito mais do que por quem escreve pelo que é escrito, obriga a isso.
Nisso (ler), como no resto, devemos estar na máxima amplitude dos nossos sentidos.
Ou não estar. Sem meios termos.
Prefiro ler três vezes um livro que penso merecer a minha atenção do que ler seis para, como diz o senso comum, "não morrer burro".
Ou não parecer burro.
Prefiro parecer e não ser.

Tenho a certeza que percebeste. É outra forma de dizer o que disse com a história dos duzentos blogues.